sábado, 23 de novembro de 2013

Despedidas



Hoje a Elisa foi-se embora. Ainda parece que foi ontem que fui buscá-la ao aeroporto. Estávamos cheias de entusiasmo, ansiosas por um verão recheado de novas experiências, novos desafios, novos sabores, novas descobertas. 


A Elisa é uma menina especial. Nunca conheci ninguém como ela. Com uma abertura para a vida como nunca vi. Apaixonada pela vida, a Elisa especializou-se em ser feliz e fazer os que a rodeiam contentes. É uma menina-mulher, um passarinho à solta, uma exploradora do mundo. Chora de alegria, e ri-se da tristeza. Arregala os olhos para ver um filme que já viu 1001 vezes, abre as narinas para sentir os aromas que a envolvem, acena que sim com um sorriso rasgado ao que a vida lhe traz. Movida pela descoberta, Elisa não pára, nem vai parar.



Regressa agora a casa. Dividida num mix de emoções, entre saudade, medo e alegria. Sei que vai tudo correr bem, porque a Elisa abraça a vida, como quem quer abraçar o mundo inteiro. Vou ter muitas saudades, mas sei que a tarefa dela nesta vida é descobrir. Voltas a casa para te reencontrar, e descobrires mais coisas sobre ti. Voltas a casa para te prepares para o mundo outra vez. Voltas a casa, para seres feliz como tu sabes.



Quanto a mim, vou ficar a sonhar com os nossos planos de ir à conquista do mundo, e fazê-los acontecer. Vou ficar a inspirar-me com a lembrança do teu sorriso para me dar força nos meus desafios do dia-à-dia que nem sempre são assim tão divertidos. Vou lembrar-me que a vida é muito curta para não se ser feliz, e que tu és a prova disso. 



E não me vou esquecer da nossa volta ao mundo. Deixo uma inspiração, para não perdermos a energia nos entretantos da vida. É que devemos olhar para trás, e gostarmos da história que contámos. 





a story for tomorrow. from gnarly bay on Vimeo.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Tanto por fazer, tão pouco tempo

Passou mais um ano. Fazer anos para mim é sempre um grande mix de emoções. 
Se por um lado sinto que passou mais um ano e ainda não fiz quase nada do que queria nesta vida (sendo essa a principal razão da criação deste blog) por outro só tenho de me sentir agradecida, por poder usufruir de mais tempo, junto dos que mais gosto. 


Acho que dificilmente nos lembramos que temos o "tempo contado", que o prazo de validade chega sem avisar, que a vida é demasiado curta para a gastarmos em detalhes que não interessam...Que existe um mundo de possibilidades, à espera de serem descobertas..e muitas vezes nós é que nos vendamos para elas.



Fazer anos para mim é sempre um grande mix de emoções. 



É bom que aprenda com os desafios a que me vou propondo, a ser mais agradecida, menos focada em detalhes ruidosos.



É bom que reaprenda a sonhar e a correr atrás do que acredito. 



É bom que não me esqueça de como dar largas à imaginação e explore todos os recantos das minhas aspirações. 



É bom que deixe de ser um mix de emoções e passe a ser um balão de gratidão dentro do peito. 



A locomotiva do "tanto por fazer, tão pouco tempo" tem a capacidade épica de me deixar num estado de "ressaca de fazer anos". 



Desafio de hoje? Ser agradecida pelo presente e esquecer a nostalgia do tempo que passou. 



Porque o mundo não pára. Mexe-te.








MOVE from Rick Mereki on Vimeo.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

#1 Desafio:aprender a andar de bicicleta



Sabem quais são as coisas que me deixam mais inquieta por ainda não as ter feito? Aquelas que quase nascem connosco, que aprendemos a fazer quando somos pequenos, e que depois mais ninguém nos pode tirar esse gozo, porque já faz parte de nós. É como a personalidade, aliás essas experiências ajudam-nos a construir o nosso “eu”. 

Essas pequenas grandes conquistas de quando somos “amostras de gente” projetam as nossas pequenas grandes conquistas do futuro. 

Por isso aprender a andar de bicicleta era para mim uma prioridade. Chegar quase aos trinta anos  sem saber fazer uma coisas que todos quase intuitivamente aprendem desde muito cedo causava-me alguns calafrios. 

Aprender este tipo de coisas já crescido tem algumas coisas que se lhe diga. É que a pequenada parece que tomou um antídoto para o medo, que a deixa relaxada o equivalente a parecerem pequenas pessoas alcoolizadas e despreocupadas. Os putos metem-se em cima da bicicleta, começam a pedalar com as rodinhas de trás, depois vão tirando uma, tiram a outra, pedalam em direção ao desconhecido, sem nenhum preconceito, abraçando o que aí vem. Essa atitude é maravilhosa, e é a dificuldade de quando se é crescido. É com as pernas e braços grandes, também já cresceram os preconceitos, os medos e a nossas limitações. O nosso potencial de abertura ao mundo parece que é inversamente proporcional à passagem do tempo. 

Por isso mesmo, quis contrariar esta tendência, e pôr-me em cima de duas rodas. Tive a sorte de ter sempre alguém a apoiar-me e torcer por mim, ainda que não quisesse que me segurassem no selim. 



Dicas para aprender a andar de bicicleta crescido:

- escolher uma rua isolada, sem trânsito, para que possam estar à vontade para ir em qualquer direção
- arrastar alguém convosco para vos dar apoio moral
- usar capacete
- não olhar para baixo, mas sim em frente para onde querem ir
- confiar no equilibrio do corpo
- aumentar a dificuldade gradualmente:

 a) o primeiro objectivo é equilibrar-se na bicicleta
 b) dar o impulso com a esquerda e pressionar o pedal direito (isto depende da orientação “esquerdina" ou destra de cada um) 
 c) pedalar
 d) andar em frente
 e) fazer curvas para direita e para a esquerda
 f) quando estiver à vontade com as curvas, arriscar nuns 8’s
 g) subidas
 h) descidas
 i) piso irregular, como terra ou mato




Uma das lições mais importantes que aprendi na prática da bicicleta, foi a importância de “olhar para onde se quer ir” e não nos focarmos nos obstáculos. É que é mesmo verdade, quando me foco num passeio, numa pedra, num carro, tenho mesmo tendência a ir contra ele, porque não vejo mais nada. Já estão a adivinhar não é? 

Quantas vezes não nos focamos nas limitações de determinada situação em vez de olharmos para onde queremos chegar? É que o nosso foco, a nossa perspectiva da coisa enviesa a realidade que tal forma que vamos lá mesmo bater. Por isso o mundo à nossa volta e a maneira como o vemos é uma escolha única e exclusivamente nossa. 

Equilibrar-nos, cairmos, voltarmos a pôr-nos de pé, e pouco a pouco aumentar a pedalada faz parte da vida.  Por isso estou muito feliz de ter aprendido tanto com uma coisa que pode parecer tão simples. E mais vale tarde do que nunca, não acham? Nunca é tarde para nos sentirmos livres, e acreditem andar sobre duas rodas faz-nos sentir livres...

Para quem como eu ainda está a aprender, deixo-vos algumas dicas de empresas que poderão ajudar no processo.


Escolinha da Bicicleta, veja uma reportagem da RTP aqui.  





sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Recordações de alguns trabalhos do último ano






O ano que passou foi recheado de descobertas. Há cerca de um ano atrás ia passear pelo Bairro Alto e descobri a Buédalouco Pharmácia de Cultura, um projeto de Helena Corado e Carlos Mendes, simplesmente encantador, que veio trazer às ruas movimentadas do Bairro Alto o espírito acolhedor que faltava. Este foi um dos casos em que me tornei amiga dos entrevistados, que me receberam com todo o coração, naquela casa tão deles e de quem a visita também. Falando em visitas, Janeiro foi o mês de Willy Moon pisar solo lusófono. Tive a oportunidade de conversar com este menino australiano, que teve a epifania da sua vida em Berlim, e depois disso nunca mais ninguém o apanhou.



E porque uma das minhas paixões é o teatro, não poderia deixar de escrever sobre esta arte. José Raposo, Frederico Corado, João Lourenço, Claudio Hochman, os Improváveis foram alguns dos artistas que tive a oportunidade de entrevistar e conhecer melhor.



O teatro é uma ferramenta extremamente poderosa no desenvolvimento pessoal, constituindo também um modo de entretenimento completamente cru, na medida em que se realiza a cinco dimensões e “em directo”. A expressão do corpo, da voz e da alma estimula competências importantíssimas como a inteligência emocional, a auto-confiança, o auto-conhecimento, a segurança, o ouvido, o instinto…são inumeráveis os benefícios do teatro e da expressão. E por isso eu própria decidi desafiar-me a mim mesma e ter aulas de interpretação e de Clown. Oh meu Deus, no que eu me fui meter, certo? Viajei até Barcelona onde conheci a adorável Caroline Dreams e passei um fim-de-semana a desfazer capas, assumir os meus falhanços e a ultrapassar o medo da rejeição e do público. Foi deveras desafiante, ainda por cima tinha acabado de receber a notícia que ia ser dispensada do meu trabalho! Fantástico! Lidar com o falhanço da vida real e do “palco” foi uma experiência arrebatadora. Não satisfeita, e um bocado masoquista confesso, voei até Londres para passar uma semana a descobrir “o meu palhaço” com Mick Barnfather, um dos gurus mais antigos nesta arte do Clown. Sim, passei uma semana a levar com peúgas, a ser enxovalhada e jogar jogos que não lembram ao diabo. Mas adorei. Saí de lá com a sensação “fui capaz, fui uma palhaça falhada e foi uma delícia”.




O ano de 2013 foi uma montanha russa de emoções. Um primeiro semestre extramente requisitado a nível profissional, e um segundo semestre de uma calmaria tal, que cada dia que passava sem realizar nada do que tinha em mente me tornava cada vez mais inquieta.


Sempre a sabotar-me:



-à espera da plataforma ideal para dar vida ao meu blog;



-acreditando que estava dependente de alguém para me fotografar/gravar nos desafios para relatar as experiências;



- na expectativa do layout perfeito para apresentar o meu projeto (sim porque se há coisa que eu detesto, é Photoshop, não sei sei será arrogância ou ignorância de quem escreve, será? Digam-me vocês, o facto é que não tenho pachorra nenhuma para estas mariquices de imagem, mas que quero que fique bonitinho quero.)



- muitos etcs;.



Enfim, uma série de sabotagens que preguei a mim mesma mas que finalmente consegui ultrapassar num workshopzito de Blogging para Jornalistas no Cenjor. Este foi o meu pontapé no rabiosque para começar e deixar de me procrastinar. E começando, é deixar o bebé desenvolver vida própria. Vamos ver onde esta viagem dos desafios nos leva…

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Quanto mais se procura menos se acha


Nesta minha "epopeia" de procura activa de emprego (sim, bem sei que pareço estar a exagerar no tipo literário usado para fazer esta analogia, mas retrata melhor a inquietação que se passa por aqui dentro) desde Junho deste ano, que sinto que quanto mais busco, menos encontro.


Na verdade, não sinto que seja uma realidade que aconteça unica e exclusivamente no universo de procura de emprego, que neste momento é mais do que prevísivel, no contexto em que as coisas se encontram. A verdade é que quando estou à procura de uma coisa, nunca a encontro, e quando deixo de a procurar, ela vem até mim.



Não acreditam? Então pensem lá em exemplos práticos da vossa vida:



- quando procuram o par daquela meia perdida, que tanto queriam usar e depois acabam por encontrá-lo tempos mais tarde, num sítio improvável como a despensa, ou a fazer de bola para o vosso gato;



- quando  têm aquela palavra/ideia/filme na ponta da língua, e desgastam-se a tentar encontrá-la pelos vossos compartimentos bocais e nada surge, até que horas mais tarde num contexto completamente diferente, e longe da pessoa que queriam impressionar, vos surge a "tal" palavra;



- quando estão a apanhar castanhas, de traseiro espetado para o céu e olhos postos no solo (bem sei que não é a realidade curriqueira da maioria das pessoas, mas como tive esta experiência há pouco tempo não quis deixar de partilhar). A demanda foi: apanhar castanhas gordas, sem bicho e perfeitinhas. Quanto mais eu procurava, menos encontrava. Deixava de me focar nesses parâmetros e PIMBA, apareciam-me elas à frente: tão reluzentes, gorduchas e apetitosas;



- quando procuras ajuda para resolver algum problema, e parece que ninguém tem disponibilidade para te ajudar. Quando deixas de precisar de ajuda, até parece que a vida goza contigo e oferece-te toda a ajuda que precisavas, ou que pensavas precisavas.



Mas onde é que eu quero chegar com isto? À questão inicial, claro. "Procura activa de emprego". Quanto mais procuro menos acho. Tenho lutado tanto contra a minha "inactividade" que acabei por esgotar todas as minhas energias e não ver as oportunidades escondidas. Sim, porque elas estão à espera que eu me distraia do processo de procura, para darem o ar da sua graça.



 Às vezes há mesmo que parar de procurar, para ver o que a vida nos oferece. Despertar os cincos sentidos e deixar que aconteça. Bem sei que é díficil, que o contexto actual, o nosso id, o nosso ego e a nossa culpa muitas vezes nos sabotam a continuar numa procura cega "não sabemos bem do quê". Mas o meu próximo desafio vai ser esse. Parar para encontrar.




E vocês, situações semelhantes de buscas intermináveis e encontros improváveis?


Sair da casca



Quando foi a última vez que experimentou algo pela primeira vez?




É P'ra Hoje é uma expressão que me acompanha há muito tempo. Acompanha-me como um lema que me recorda que a vida é o hoje, o “aqui” e o “agora”. Durante muito tempo adiei-me. Para terem noção, este projeto foi adiado durante cerca de ano e meio. Incertezas, inseguranças, e outros falsos motivos foram sabotando o meu desejo de criar este projeto. Nunca deixei de o ter na “mira”. Estava lá sempre presente, e também sempre angustiante por não conseguir pegar nele com unhas e dentes como queria. 



Até que no dia 13 de Junho deste ano, fui dispensada do meu trabalho, por cortes de custos. Não foi uma surpresa total. Já me vinha preparando há algum tempo para isso. Não deixou no entanto de ser desconfortável, e de certa forma triste. Mas pensei: bolas, tenho vindo a adiar-me constantemente, porque não concretizar o meu projeto agora?. 



Assim foi. Assim estou eu aqui, agora a propor-lhe desafios. Porque sair da nossa zona de conforto, arriscarmo-nos, desafiarmo-nos é a melhor forma de crescermos, de nos tornarmos independentes e mais fortes. Os desafios que proponho serão todos realizados por mim.



Aproveito para relatar a minha experiência e divulgar alguns projetos que considero mesmo interessantes para a comunidade leitora. Como jornalista e coach expressiva nos tempos livres, acabei por juntar num só projeto duas paixões: a redação e o desafio. 



Acredito que devemos começar por nós próprios, e os desafios que aqui vou apresentar podem ser muito desafiantes para uns e nada desafiantes para outros. 



O que importa é que seja algo novo, que não tenha experimentado. 



Eu tive uma infância pouco recheada de desafios, vivia rodeada de gatos, cães e pássaros e era uma miúda híper sensível e pouco corajosa. Por isso agora tenho ânsia de viver tudo o que não vivi, e adquirir essa coragem que não tive. 



Espero que não levem a mal se um dia ou outro aparecer um desafio menos criativo para vocês, é porque para mim o simples experimentar “andar de skate” ou abraçar um desconhecido é uma aventura. 



Eu quero fazer tudo o que conseguir enquanto for livre, mas nunca saberei quanto tempo tenho.



Por isso volto a dizer, viver é p'a hoje. Não se adie mais e comprove como um desafio por dia dá saúde e alegria. 



Faça rewind no filme da sua vida e recorde-se: há quanto tempo experimentou algo pela primeira vez?



Um Desafio Por Dia surgiu para não o deixar esquecer dessa resposta e ajudá-lo a renovar a sua bagagem de novas experiências.



Desafie-se a si mesmo e acompanhe-me nesta aventura. Hoje.